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domingo, 20 de julho de 2014

MÃES DE ANJO



Até hoje nunca tinha ouvido esta expressão, quem me dera tê-la conhecido mais cedo, pois teria tido a explicação para tanto sofrimento... 

MÃES DE ANJO ...

Ao ler a "carta de um anjo para a sua mãe", que retirei do forum "de mãe para mãe" , revivi a dor do passado com tanta intensidade, como se a vivesse neste momento, falo por mim, mas tal como eu, infelizmente muitas "mães de anjo" conhecem a mesma dor. Depois do sentimento de culpa e revolta que nos invade, durante um tempo a nossa vida deixa de fazer sentido, queremos desaparecer deste mundo, ficamos sem chão e surge  a tal pergunta " mas porquê a mim", sofremos em silêncio, numa dor que quase ninguém entende, ouvimos palavras ocas, do estilo "és nova isso passa" , ou " deixa lá logo tens outro", ou "nem sequer era um bebé" como ouvi do meu próprio médico ... pois posso dizer, que esta dor não passa, aprendemos simplesmente a viver com ela, muitas vezes revivida em certos momentos da vida, por mim falo mais uma vez, não passa, doí muito e sempre vai doer, a dor da perda insubstituível, sim um bebé não substitui outro, nunca na vida, e sim, é um bebé a partir do momento que o temos dentro de nós , e estas são as palavras mais cruéis, que podemos ouvir nesta hora, nunca vou esquecer aquele dia, mesmo sendo "mãe de anjo", não vai fazer diminuir a minha dor, mas posso hoje dizer que talvez tenha encontrado uma razão para o sucedido. Durante um ano chorei muitas vezes por dia, e todas as noites, num dia estava gravida, no outro deixei de estar, zanguei-me com Deus, como não podia zangar , levou-me "aquilo " que mais queria, por mais palavras que ouvisse nenhumas chegavam ao meu coração, felizmente, quando finalmente tive coragem de falar no assunto e sem chorar, foi no forum de "mãe para mãe", um ano e meio depois, onde toda a gente fala a mesma língua, e sabem ouvir e dar a resposta que tanto precisamos no momento, e percebi, não acontece só a mim, mas a muitas outras mães, que lutam para ter os seus bebés todos os dias. Foi muito difícil aprender a viver com a minha dor, mas não era só a minha dor, que injusto pensar que é uma dor só nossa, também é uma dor do nosso companheiro, dos avós, daqueles que nos amam, apenas vivida de outra maneira, mas não é igual à nossa pois não? O sentimento de ter vida dentro de nós, é inigualável a qualquer outro, o mesmo se nos for arrancado bruscamente. Encontrei palavras de conforto e carinho dadas por pessoas que nem conhecia, mas falavam a mesma língua que eu, não que me sentisse melhor, por alguém ter passado pelo mesmo que eu, mas sim por saberem aquilo que eu estava a passar . Tenho duas grandes amigas minhas de coração mesmo sem as conhecer, que me ajudaram muito na minha recuperação. Sempre pensei que era um castigo, pois um dia engravidei e não pude ter o meu bebé, culpa que vou carregar a vida inteira, pensei que pagava por esse erro, e esta sim uma dor de culpa e ao mesmo tempo raiva de mim, julgo-me a mim mesma e por muito tempo que passe não me vou perdoar... por esse motivo durante muito tempo pensei que Deus me tinha dado esta pena tão  severa  por isso, como fui injusta com Deus, o destino fechou-me uma porta , mas Deus abriu -me uma janela , hoje sou mãe , amo a minha filha a cima de tudo é a minha vida e por ela dou a minha própria vida  se for preciso, mas nunca vou esquecer o bebé que nunca pude conhecer, ou aquele que duma maneira ou de outra eu não quis conhecer. Deixo então ficar a carta de "um anjo para a sua mãe", para que muitas mães que tal como eu saibam encontrar algum conforto nas palavras de um anjo... não sofram em silêncio falem com quem vos saiba ouvir ...e faço assim a minha homenagem às pessoas que lutam por esta causa...e aquelas que sofrem diariamente por esta perda mas que mesmo assim nunca desistem do seu sonho...  

 Ler sempre que se sentir muito triste.
"Mãe, será que consegues ouvir a voz do teu Anjo?
Por que pensas que eu parti, quando estou mais perto do que imaginas?
O que me separa de ti, mãe, é apenas a matéria, pois o nosso espírito está ligado pelo amor eterno.
Mãe, se soubesses como estou feliz... como é lindo o céu, não lamentarias a minha ausência. Eu apenas estou onde todos um dia estarão, pois todos retornarão para Deus. Alguns anjinhos retornam mais cedo para casa e outros um pouco mais tarde, mas todos retornam quando o Pai do Céu os chama de volta. Sabias que tens muitos outros anjos a teu lado? Mas eles não têm asas, mas são chamados de amigos que vêm para te consolar e enxugar as tuas lágrimas.
Sempre que te vejo a chorar, mãe, entristeço-me, pois sei que não estás a ser submissa à vontade de Deus. O que te faz pensar que Deus não sabe o que faz? Será que Deus seria tão injusto assim contigo? É claro que não. Um dia saberás toda a verdade que está acima dos céus e então entenderás o motivo de tudo isto, mas quero que saibas que nós anjos, quando partimos,deixamos sempre uma mensagem de luz, talvez precises de te tornar uma pessoa melhor...
Sofrer é uma opção de vida, mãe, podes escolher ser feliz ou chorar a vida toda, nada do que faças poderá reverter a decisão tomada por Deus. Uma palavra lançada jamais retorna para onde veio, quanto mais uma vida ceifada no seu devido tempo.
Mãe, não quero que penses que eu mesmo retornarei para o teu ventre, mas virá outro anjinho que será tão amado como eu fui. Recebe-o com carinho, mas nunca penses que ele sou eu.
Mãe, eu sou o teu anjo e sempre serei, mas quero que vivas cada dia intensamente. Para quê perder tempo a chorar, se a vida é tão curta? Transforma os teus dias cinzentos em dias mágicos, coloridos, permite-te ser feliz, corre atrás dos teus sonhos e certamente eles se tornarão realidade.
De nada adianta parares no tempo, ficar a chorar sobre a minha sepultura, pois eu já não estou lá, estou no Céu, no colo de Deus. Faz a minha vontade, mãe, segue em frente, pois a vida continua, quero que sejas forte, por mim...
Mensagem do teu anjo,
O teu amor eterno."


quarta-feira, 16 de julho de 2014

HISTORIAS INFANTIS

Quem nunca ouviu uma historia contada pela avó, pela mãe para adormecer ou até mesmo numa tarde durante ao lanche como a minha avó fazia... estas  historias que muitas vezes nos fizeram sonhar, e desejar ser princesas um dia ... onde tudo acaba sempre bem, e com o final de "viveram felizes para sempre" bem pelo menos até ao casamento ...

Vou aqui deixar algumas da minha preferência, que tirei do site "bebé atual"
para contar aos vossos filhos e netos, ainda à velha maneira antiga ... Era uma vez ...




* A PRINCESA E A ERVILHA *

ERA UMA VEZ um príncipe que viajou pelo mundo inteiro à procura da princesa ideal para se casar. Tinha de ser linda e de sangue azul, uma verdadeira princesa!

Mas depois de muitos meses a viajar de país em país, o príncipe voltou para o seu reino, muito triste e abatido pois não tinha conseguido encontrar a princesa que se tornaria sua mulher.

Numa noite fria e escura de inverno, quando o príncipe já pensava ser impossível casar com uma princesa, houve uma terrível tempestade. No meio da tempestade, alguém bateu à porta do castelo. O velho rei intrigado foi abrir a porta. Qual não foi a sua surpresa ao ver uma bela menina completamente molhada da cabeça aos pés.

A menina disse:


 “poderei passar a noite aqui no seu castelo, senhor?
 Fui surpreendida pela tempestade enquanto viaja já de volta para o meu reino.
 Estou com fome e frio e não tenho onde ficar…”.

O rei desconfiado perguntou: 


Sois uma princesa? 

A princesa respondeu timidamente:

 “Sim, senhor”.

“Então entrai, pois seria imperdoável da minha parte deixar-vos lá fora numa noite como esta!


” Respondeu o rei, não muito convencido de se tratar mesmo de uma princesa.

Enquanto a princesa se secava e mudava de roupa, o rei informou a rainha daquela visita inesperada. A rainha pôs-se a pensar e, com um sorriso matreiro, disse 


“vamos já descobrir se se trata de uma verdadeira princesa ou não…”.

A rainha subiu ao quarto de hóspedes onde ia ficar a princesa e, sem ninguém ver, tirou a roupa de cama e colocou por baixo do colchão uma ervilha. De seguida colocou por cima da cama mais vinte colchões e edredões e, finalmente, a roupa de cama.

Então, desceu a escadaria e dirigiu-se à princesa, apresentando-se, e dizendo amavelmente: 


Já pode subir e descansar. 
Amanhã falaremos com mais calma sobre a menina e o seu reino…

A princesa subiu e deitou-se naquela cama estranha que mais parecia uma montanha! 

Na manhã seguinte, a princesa desceu para tomar o pequeno almoço. O rei e a rainha já estavam sentados à mesa. A princesa saudou os reis e sentou-se. Então a rainha perguntou: 


Como passou a noite, princesa?

A princesa respondeu: 


“Oh, a verdade é que não consegui dormir nada naquela cama tão incómoda… senti qualquer coisa no colchão que me incomodou toda a noite e deixou o meu corpo todo dorido!

O rei levantou-se e, muito ofendido, exclamou: 


“Impossível!
 Nunca nenhum convidado se queixou dos nossos excelentes colchões de penas!

Mas a rainha interrompe-o e disse com um sorriso:


 “Pode sim!”

 E explicou ao rei o que tinha feito para ver se realmente se tratava de uma princesa ou alguém a querer enganá-los. 

A rainha levantou-se e disse a todos


:” Só uma verdadeira princesa com uma pele tão sensível e delicada é capaz de sentir o incómodo de uma ervilha através de vinte colchões e edredões!”.

O rei e a rainha apresentaram a princesa ao seu filho o príncipe e ele, mal a viu, ficou logo perdido de amores.


Ao fim de alguns dias, o príncipe casou com a princesa, com a certeza de ter encontrado finalmente uma princesa verdadeira que há tanto tempo procurava.

A partir daquele dia, a ervilha passou a fazer parte das joias da coroa, para que todos se lembrassem da história da princesa ervilha.






*A BELA ADORMECIDA* 


ERA UMA VEZ num reino distante, um rei e uma rainha que tiveram uma linda princesinha, a quem chamaram de Aurora.
Para celebrar o seu nascimento, todas as fadas foram convidadas para madrinhas. Cada uma das fadas, como prenda, concedeu à princesinha um dom especial. Todas excepto uma, a fada má, que não foi convidada.

Esta, sabendo que todas as outras fadas tinham sido convidadas para celebrar o nascimento da princesa Aurora, decidiu aparecer na mesma à festa e, em vez de lhe conceder um dom à pequena princesa, lançou-lhe uma maldição:

- Princesa Aurora, no dia em que fizeres 15 anos irás picar-te num fuso e morrerás!

Todos no castelo ficaram muito aflitos. Por sorte, havia uma fada boa que ainda não tinha concedido o seu desejo e, não podendo evitar que Aurora se viesse a picar num fuso, alterou o feitiço da fada má, de modo que a princesinha em vez de morrer, caísse num sono profundo. 

Este feitiço só poderia ser quebrado ao fim de cem anos, quando um príncipe que por lá passasse se apaixonasse pela princesa e a beijasse.
Mesmo assim, o rei mandou destruir imediatamente todos os fusos e rocas que existiam no reino, para impedir que a sua filha se picasse.

Os anos passaram e a vida continuou sem nenhuma agitação, tornando-se a maldição apenas uma má lembrança.

No dia do seu décimo quinto aniversário a princesa, que brincava no jardim, é estranhamente atraída para a floresta. Lá encontra uma casa abandonada e decide entrar…
Dentro da casa ela encontrou um objeto pontiagudo que não reconhecia.

- Que objeto tão estranho… que será?

Não resistindo à curiosidade pegou nele e acidentalmente picou-se! Imediatamente a princesinha cai num sono profundo.

A fada boa encontra a princesinha adormecida e leva-a para o castelo, deitando-a na sua cama real. A fada decide também adormecer todos os habitantes do castelo, num sono profundo durante cem anos.

Entretanto no reino corre a lenda de uma bela princesa adormecida…
Um belo dia, um jovem e corajoso príncipe consegue atravessar a densa floresta que envolvia o castelo e encontra todos os seus habitantes adormecidos. Sabendo da lenda, dirige-se ao quarto da princesa e descobre a jovem mais bela que alguma vez vira, e não resiste a beijá-la.
Nesse momento, a princesa acorda, assim como todos os seus habitantes. A vida tinha voltado ao castelo!
Nesse mesmo dia celebrou-se o casamento entre a bela princesa Aurora e o corajoso príncipe, que viveram felizes para sempre.




*BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES* 


ERA UMA VEZ um rei que vivia num reino distante, com a sua filha pequena, que se chamava Branca de Neve. O rei, como se sentia só, voltou a casar, achando que também seria bom para a sua filha ter uma nova mãe. A nova rainha era uma mulher muito bela mas também muito má, e não gostava de Branca de Neve que, quanto mais crescia, mais bela se tornava.
A rainha malvada tinha um espelho mágico, ao qual perguntava, todos os dias:

- Espelho meu, espelho meu, haverá mulher mais bela do que eu?

E o espelho respondia:

- Não minha rainha, és tu a mulher mais bela!

Mas uma manhã, a rainha voltou a perguntar o mesmo ao espelho, e este respondeu:

- Tu és muito bonita minha rainha, mas Branca de Neve é agora a mais bela!

Enraivecida, a rainha ordenou a um dos seus servos que levasse Branca de Neve até à floresta e a matasse, trazendo-lhe de volta o seu coração, como prova.
Mas o servo teve pena da Branca de Neve e disse-lhe para fugir em direcção à floresta e nunca mais voltar ao reino.

Já na floresta, Branca de Neve conheceu alguns animais, os quais se tornaram seus amigos. Também encontrou uma pequenina casa e bateu a sua porta. Como ninguém respondeu e a porta não estava fechada à chave, entrou. Era uma casa muito pequena, que tinha sete caminhas, todas muito pequeninas, assim como as cadeiras, a mesa e tudo o mais que se encontrava na casa. Também estava muito suja e desarrumada, e Branca de Neve decidiu arrumá-la. No fim, como estava muito cansada, deitou-se nas pequenas camas, que colocou todas juntas, e adormeceu.

A casa era dos sete anões que viviam na floresta e, durante o dia, trabalhavam numa mina.
Ao anoitecer, os sete anões regressavam à sua casinha, quando deram com Branca de Neve, adormecida nas suas caminhas. 

Que surpresa!

 Com tanta excitação, Branca de Neve acordou, espantada e rapidamente se apresentou:
- Eu sou a Branca de Neve.
E os sete anões, todos contentes, também se apresentaram:

- Eu sou o Feliz!

- Eu sou o Atchim e este é o Miudinho.

- Eu sou o Sabichão, e estes são o Dorminhoco e o Envergonhado.

- E eu sou o Rezingão!

- Prazer em conhecê-los.

 Respondeu Branca de Neve, e logo contou a sua triste história. Os anões convidaram Branca de Neve a viver com eles e ela aceitou, prometendo-lhes que tomaria conta da casa deles.
Mas a rainha má, através do seu espelho mágico, descobriu que Branca de Neve estava viva e que vivia na floresta com os anões.

Então, furiosa, vestiu-se de senhora muito velha e feia e foi ter com Branca de Neve. Com ela levou um cesto de maças, no qual tinha colocado uma maça vermelha que estava envenenada!
Quando viu Branca de Neve, cumprimentou-a gentilmente, e ofereceu-lhe a maça que tinha veneno.

Ao trincá-la, Branca de Neve caiu, como se estivesse morta. A malvada rainha fugiu e, avisados pelos animais do bosque, os sete anões regressam apressadamente a casa, encontrando Branca de Neve caída no chão.

Muito chorosos, os anões colocam Branca de Neve numa caixa de vidro, rodeada por flores.
Estavam todos em volta de Branca de Neve, quando surgiu, no meio do bosque, um príncipe no seu cavalo branco. Ao ver Branca de Neve, o príncipe de imediato se apaixonou por ela e, num impulso, beijo-a. Branca de Neve acordou: 

Afinal estava viva!

Os anões saltaram de alegria e Branca de Neve ficou maravilhada com o príncipe!
O príncipe levou Branca de Neve para o seu castelo, onde casaram e viveram muito felizes para sempre.



* O CAPUCHINHO VERMELHO*


ERA UMA VEZ uma linda menina que vivia no bosque e a quem todos chamavam, carinhosamente, de capuchinho vermelho.
Um dia a mãe chamou-a e pediu-lhe um favor:

- Coloquei neste cesto um bolo e um pote de mel. Leva-o à avozinha, que tem andado adoentada. Mas Capuchinho, tem cuidado! Não te desvies do teu caminho e não fales com desconhecidos.

- Sim mãe, farei como dizes - prometeu Capuchinho Vermelho.

Ia capuchinho vermelho pelo caminho quando, de repente, encontra o lobo mau. Este, com uma voz muito doce, disse-lhe:

- Olá Capuchinho Vermelho! Prazer em conhecer-te, finalmente…

A Capuchinho Vermelho achou que o lobo mau até era simpático, ao contrário do que toda a gente dizia, até mesmo a sua mãe. Mesmo assim, respondeu-lhe:

- Desculpe Sr. Lobo, mas a minha mãe proibiu-me de falar com pessoas que não conheço.

- Mas eu sou o lobo, o mais popular de todos os animais do bosque. Não há problema nenhum Capuchinho Vermelho…Todos me conhecem bem!... Onde vais com essa cesta?

- Vou ver a minha avozinha e levar-lhe um bolo e um pote de mel.

- Ai sim…E onde vive a tua avozinha?

- Vive numa casinha perto do lago, junto a uma grande árvore.

O lobo, já com água na boca, pensou: 
Nham nham, hoje não vou passar fome! 

E disse-lhe:
- Bem Capuchinho Vermelho, gostei de te conhecer mas agora vou andando… até breve!

- Adeus, respondeu Capuchinho Vermelho, sem sequer imaginar o que o lobo estava a planear.

Como o lobo era muito esperto e manhoso, foi pelo atalho, até a casa da avozinha, de modo a chegar primeiro que a Capuchinho Vermelho.
Quando lá chegou, bateu à porta da casa da avozinha. De dentro da casa, a avozinha respondeu:

- Quem é?

E o lobo disse, com voz fina:

- É a Capuchinho Vermelho e trago um bolo e um pote de mel para ti, avozinha.

A avó, que estava deitada na cama a descansar, respondeu:

- Podes entrar minha querida, a porta está aberta.

O lobo mau abriu a porta e, sem fazer barulho, foi ao quarto da avozinha e comeu-a. A seguir, vestiu as suas roupas, enfiou a touca, colocou no nariz os óculos da avó, e meteu-se na cama, cobrindo-se muito bem com uma manta.
Passado uns minutos, a Capuchinho Vermelho, chega finalmente a casa da avó. Vendo a porta aberta, entrou e disse:

 Está alguém em casa? Avozinha?

Ao que o lobo respondeu:

- Entra minha querida netinha, estou no quarto.

 Então, capuchinho Vermelho dirigiu-se ao quarto da avó. Ao chegar lá, viu o lobo mau, disfarçado de avozinha, e achou que era ela. Capuchinho Vermelho aproximou-se da cama, mas achou que a avozinha estava diferente. Então disse:

- Ò Avó, estás com umas orelhas tão grandes!

E o lobo disfarçado, respondeu:

- São para te ouvir melhor.

E a Capuchinho continuou:

- E tens uns olhos tão grandes!

Ao que o lobo respondeu:

- São para te ver melhor.

- Ò Avozinha, tens uma boca tão grande!

- É para te comer melhor!

Respondeu o lobo e nisto, salta da cama para comer a pobre Capuchinho Vermelho. Mas ela conseguiu fugir. O lobo mau, que já tinha comido a avó e estava de barriga cheia, não se importou e pôs-se a dormir.
Na floresta, a Capuchinho Vermelho encontrou um caçador que por lá andava , e pediu-lhe ajuda.
O caçador entrou a correr, em casa da avozinha e encontrou o lobo mau, a dormir profundamente. Então, aproximou-se e zás! Cortou a barriga ao lobo mau e de lá tirou a avozinha, que ainda estava viva. Depois, colocou lá dentro várias pedras e coseu de novo a barriga. Quando o lobo acordou, viu o caçador e fugiu, cheio de medo.
A Capuchinho Vermelho abraçou à avó e prometeu que nunca mais ia desobedecer à sua mãe. Ela, a avozinha e o caçador comeram o bolo e o mel, felizes por tudo ter acabado bem.




* A CINDERELA*


ERA UMA VEZ uma bela jovem chamada Cinderela que vivia com o seu pai, um comerciante viúvo e muito rico.

Cinderela perdera a mãe ainda criança e o seu pai, pensando que Cinderela precisava de uma nova mãe, decidiu casar-se novamente.
A madrasta da Cinderela, também era viúva e tinha duas filhas muito feias e muito más, do seu primeiro casamento.

Como o pai de Cinderela viajava muito, a madrasta malvada e as suas novas irmãs obrigavam a Cinderela, na ausência do pai, a fazer todos os trabalhos domésticos, fazendo troça dela sempre que podiam, e fingindo-se muito amigas na presença do pai.

 Quando o pai de Cinderela morreu, por ordem da madrasta, Cinderela passou a dormir no sótão e a vestir-se de farrapos. Cinderela nada mais tinha que o seu pobre quarto e os seus amigos animais que habitavam na floresta.

Um certo dia foi anunciado naquele reino que o Rei iria dar um baile no castelo, para que o seu filho, um jovem e belo príncipe, pudesse escolher entre todas as jovens do reino, aquela que seria sua esposa.

Temendo que Cinderela fosse escolhida pois ela era realmente muito bela, a madrasta proibiu Cinderela de ir ao baile, argumentando não ter roupas adequadas para a vestir, enquanto suas irmãs experimentavam vestidos luxuosos para a festa.

Cinderela como era muito habilidosa, decidiu fazer o seu próprio vestido, com ajuda dos seus amiguinhos da floresta. No final estava satisfeita pois tinha conseguido fazer um bonito vestido.
Mas, na noite do baile, a madrasta e as suas filhas descobriram o vestido e rasgaram-no em mil pedaços!

Desolada, Cinderela foi para o seu quarto a chorar. Sentada à janela, lamentava-se:

- Como sou infeliz! Não tenho nem tecido nem tempo para fazer um novo vestido…

Nesse mesmo momento, apareceu a sua fada madrinha que lhe disse:

-Não chores mais Cinderela, pois com a minha varinha mágica transformarei esta abóbora num coche puxado por quatro lindos cavalos brancos e destes panos velhos farei o mais formoso dos vestidos!

E então, Cinderela apareceu vestida com um sumptuoso vestido azul e uns delicados sapatinhos de cristal; ao seu lado encontrava-se uma luxuosa carruagem dourada e um cocheiro muito bem vestido que gentilmente, lhe abria a porta.
Cinderela feliz da vida, entrou na carruagem, mas não sem antes ouvir as recomendações da fada madrinha:

- O encantamento terminará à meia-noite por isso terás de voltar a casa antes da última badalada, pois tudo voltará a ser o que era.

A jovem menina acenou que sim à fada com a cabeça, e partiu em direção ao castelo.
Quando entrou no salão, Cinderela estava tão bela que a madrasta e as suas irmãs, apesar de acharem aquele rosto familiar, não conseguiram reconhecê-la.

O príncipe, que não tinha demonstrado até então qualquer interesse pelas meninas que se encontravam na festa, mal viu Cinderela, apaixonou-se perdidamente por ela.
Cinderela e o príncipe dançaram a noite inteira até que o relógio do castelo começou a tocar as doze badaladas. Cinderela ao ouvir o relógio, fugiu correndo pela escadaria que levava até aos jardins, mas no caminho, deixou ficar um dos seus sapatos de cristal.

O príncipe desolado, apanhou o sapato e, no dia seguinte ordenou aos criados do palácio que procurassem por todo o reino a dona daquele pequeno e delicado sapato de cristal.
Os criados foram percorrendo todas as casas e experimentando o sapato em cada uma das jovens. Quando chegaram a casa da Cinderela, a madrasta só chamou as suas duas filhas e ordenou ao criado que lhes colocasse o sapato. Por muito que se esforçassem o sapato não serviu a nenhuma das irmãs.

Foi então que Cinderela surgiu na sala, e o criado insistiu em calçar-lhe o sapato. Este entrou sem dificuldade alguma. A madrasta e as suas duas filhas nem queriam acreditar!
O príncipe, sabendo do sucedido, veio imediatamente buscar a Cinderela, montado no seu cavalo branco e levou-a para o castelo, onde a apresentou ao rei e à rainha. Poucos dias depois, casaram-se numa linda festa, e foram felizes para sempre.




* O GATO DAS BOTAS*


ERA UMA VEZ um velho moleiro que tinha três filhos. Antes de morrer, reuniu os seus filhos e diante deles dividiu os seus bens pelos três.
Ao filho mais velho, o moleiro deu-lhe o moinho. Ao filho do meio deixou-lhe o burro. E ao mais novo entregou-lhe um gato.

O filho mais novo, com o gato no seu colo, comentou desiludido:

- Que vou eu fazer com um simples gato?

Qual não foi a sua surpresa quando ouviu o gato responder-lhe:

- Se me deres umas botas pretas, um fato e um saco, farei de ti um homem rico!

Assim fez o rapaz e o gato, todo aperaltado, partiu deixando o seu novo dono muito baralhado.
O gato das botas dirigiu-se ao bosque e caçou duas perdizes, que meteu dentro do saco. Dirigiu-se depois ao castelo do rei e ofereceu-as ao rei, em nome do seu amo, o marquês de Carabás.

Dia após dia, o gato continuou a oferecer presentes ao rei, em nome do marquês, o que fez com que o rei ficasse curioso em saber quem era o marquês de Carabás.
Numa bela tarde, enquanto o rapaz e o seu gato descansavam à beira rio, a carruagem do rei aproxima-se. O gato, rapidamente acorda o seu amo e diz-lhe para se despir e atirar-se ao rio. O rapaz, meio confuso, faz o que o gato lhe diz. Então o gato das botas corre em direção à carruagem, com ar aflito, e grita:

- Socorro majestade! Roubaram as roupas ao meu amo, o marquês de Carabás!

O rei, reconhecendo o nome do marquês, pára prontamente e empresta ao jovem nobres roupas, oferecendo-lhe boleia até à sua casa. O jovem entra na carruagem, meio embaraçado e aflito, pois não sabia o que dizer, sentando-se entre o rei e a sua bela filha, que o acompanhava.

O gato prontamente indica o caminho ao cocheiro do rei e, depois de a carruagem arrancar, corre desenfreado até às terras junto ao castelo do ogre.
Quando lá chegou, viu os camponeses, a quem disse:

- Se querem livrar-se do Ogre malvado, quando o rei passar digam que todas estas terras pertencem ao marquês de Carabás.

E continuou a correr, em direção ao castelo. Quando chegou, encontrou o ogre, que era o dono de todas aquelas terras, sentado a descansar. O ogre ao vê-lo, perguntou:

- Quem és tu? E que fazes no meu castelo?

Ao que o gato respondeu:

- Eu sou o gato das botas, um humilde servo vosso… ouvi dizer que possuís poderes mágicos. É verdade?
Será que vós conseguiríeis transformar-vos num leão?

Ao ouvir isto, o ogre transforma-se imediatamente num enorme leão!
O gato, cheio de medo, responde:

- Que maravilha… mas será que conseguiríeis transformar-vos num minúsculo ratinho?

E o ogre, orgulhoso e imprudente, transforma-se logo num pequeno ratinho. O gato das botas, sem perder tempo, salta em direção ao ratinho e come-o.
Nessa altura, chega o coche do rei às portas do castelo, e o gato das botas dirige-se a eles para os receber:

- Bem-vindo ao castelo do meu amo, o marquês de Carabás!

O rei, impressionado com a simplicidade do jovem rapaz, que se encontrava ao pé da porta admirado, convida o agora marquês de Carabás a casar com a sua linda filha. O rapaz aceita e vive feliz para sempre acompanhado da sua bonita princesa e do seu fiel gato.






* OS TRÊS PORQUINHOS*


ERA UMA VEZ três porquinhos que viviam na floresta com a sua mãe. Um dia, como já estavam muito crescidos, decidiram ir viver cada um em sua casa. A mãe concordou, mas avisou-os:

- Tenham muito cuidado, pois na floresta também vive o lobo mau, e eu não vou estar lá para vos proteger…

- Sim mamã! – Responderam os três ao mesmo tempo.

Os porquinhos procuraram um bom lugar para construir as suas casas e, assim que o encontraram, cada um começou a fazer a sua própria casa.

O porquinho mais novo, que só pensava em brincar, fez a sua casa muito rapidamente, usando palha. O porquinho do meio, ansioso por ir brincar com o mais novo, juntou uns paus e depressa construiu uma casa de madeira. O porquinho mais velho, que era o mais ajuizado, lembrou-se do que a sua mãe lhe tinha dito, e disse:

- Vou construir a minha casa de tijolos. Assim terei uma casa muito resistente para me proteger do lobo mau.

É claro que foi o que demorou mais tempo a construir a casa mas, no fim, estava muito orgulhoso dela, e só aí se juntou aos seus irmãos para brincar.
Um dia andavam os três porquinhos a saltar, muito divertidos, quando aparece o lobo mau:


- Olá! Vejo três deliciosos porquinhos à minha frente.

Ao verem o lobo mau, fugiram, cada um para a sua casa.
O lobo, que estava cheio de fome, chegou ao pé da casa do porquinho mais novo, e disse:

- Cheira-me a porquinho! Sai daí que eu vou-te comer! Se não saíres, deito a tua casa de palha abaixo…

E vendo a casa de palha à sua frente, soprou tão forte, que fez a casinha ir pelo ar!
O porquinho assustado correu para a casa do irmão do meio, que tinha uma casa de madeira.
Quando o lobo lá chegou, gritou novamente:

- Cheira-me a porquinho! E eu estou com tanta fome que vos vou comer aos dois…

E com dois sopros, conseguiu deitar a casa de madeira abaixo.
Os dois porquinhos mais novos correram então, apavorados, para a casa do irmão mais velho, que era de tijolo.
O lobo, vendo que os três porquinhos estavam todos numa só casa, exclamou, louco de alegria:

- Cheira-me a porquinho! E mais fome não vou eu ter, pois apanhei três porquinhos para comer!

Então o lobo encheu o peito de ar e soprou com toda a força que tinha, mas a casinha de tijolos não se mexeu nem um bocadinho. Aliviados, os três porquinhos saltaram de contentes. Mas o lobo não desistiu, e disse:

- Não consegui deitar a casa de tijolos abaixo nem derrubar a sua porta mas eu tenho outra ideia… esperem que já vão ver! 

E começou a subir o telhado, em direcção à chaminé.
Os porquinhos mais novos ficaram aflitos mas o mais velho, que era muito esperto, colocou no fogão, por baixo da chaminé, um grande caldeirão de água a ferver.

O lobo, ao entrar pela chaminé, caiu no caldeirão de água quente e queimou o rabo, fugindo o mais rápido que podia para o meio da floresta. Os dois porquinhos agradeceram ao seu irmão mais velho, e aprenderam a lição.
 Deste lobo mau, nunca mais se ouviu falar…








* O PINÓQUIO*


Numa aldeia italiana vivia Gepeto, o melhor relojoeiro do mundo. Um dia construiu um boneco quase perfeito…!

-Serás o filho que não tive, e vou chamar-te Pinóquio.

Nessa noite a Fada Madrinha visitou a oficina de Gepeto.
Tocando Pinóquio com a varinha mágica disse:


- Vou-te dar vida, boneco. Mas deves ser sempre bom e verdadeiro!


No dia seguinte Gepeto apercebeu-se que os seus desejos se tinham tornado realidade. Mandou então Pinóquio à escola, acompanhado pelo grilo cantante Pepe.
No caminho encontraram a D. Raposa e a D. Gata.


- Porque vais para a Escola havendo por aí tantos lugares bem mais alegres? – perguntou a raposa.


- Não lhe dês ouvidos! – avisou-o Pepe.


Mas Pinóquio, para quem tudo era novidade, seguiu mesmo as tratantes e acabou à frente de Strombóli, o dono de um teatrinho de marionetas.


- Comigo serás o artista mais famoso do mundo! – segredou-lhe o astucioso Strombóli.


O espectáculo começou. Pinóquio foi a estrela,principalmente pelas suas faltas, que causaram muita risota.Os outros bonecos eram hábeis, enquanto o novo só fazia asneiras… Por isso triunfou!


No final do espectáculo Pinóquio quis ir-se embora, mas Strombóli tinha outros planos.


- Ficas preso nesta jaula, boneco falante. Vales mais que um diamante!


Por sorte o grilo Pepe correu a avisar a Fada Madrinha, que enviou uma borboleta mágica para salvar Pinóquio.

Quando se recompôs do susto, a borboleta perguntou-lhe aonde vivia.


- Não tenho casa. – respondeu o boneco.


A borboleta voltou a fazer-lhe a mesma pergunta, e ele a dar a mesma resposta. Mas, de cada vez que mentia, o nariz crescia-lhe mais um pouco, pelo que não conseguiu enganar a Borboleta Mágica.


- Não quero este nariz! – soluçou Pinóquio.


- Terás que te portar bem e não mentir! Voltas para casa e para a Escola. – disse-lhe a Borboleta Mágica.


Depois de regressar a casa, aonde foi recebido com muita alegria por Gepeto, passou a portar-se bem.
Tempos depois, de novo quando ia para a Escola, voltou a encontrar a Raposa, que o desafiou para a acompanhar à Ilha dos Jogos. Assim que entrou começaram a crescer-lhe as orelhas e a transformar-se em burro.

Aflito, valeu-lhe o grilo Pepe, que lhe disse:

- Anda, Pinóquio. Conheço uma porta secreta…! Não te queres transformar em burro, pois não? Levar-te-iam para um curral!


- Sim, vou contigo, meu amigo.


Ao chegarem a casa encontraram-na vazia. Por uns marinheiros souberam que Gepeto se tinha feito ao mar num bote. Como o grilo Pepe era muito esperto, ensinou Pinóquio a construir uma jangada.


Dois dias mais tarde, quando navegavam já longe de terra, avistaram uma baleia.


- Essa baleia vem direita a nós! gritou Pepe. – Saltemos para a água!


Mas não puderam salvar-se … a baleia engoliu-os.
Em breve descobriram que no interior da barriga estava Gepeto, que tinha naufragado no decurso de uma tempestade.


Depois de se terem abraçado, resolveram acender uma fogueira. A baleia espirrou e lançou-os fora.


- Perdoa-me papá. – suplicou Pinóquio muito arrependido.


E a partir dali mostrou-se tão dedicado e bondoso que a Fada Madrinha, no dia do seu primeiro aniversário, o transformou num menino de carne e osso, num menino de verdade.


- Agora tenho um filho verdadeiro! – exclamou contentíssimo Gepeto.







*O PATINHO FEIO*


Numa bela tarde de Verão, a mãe pata vigiava sorridente os ovos da sua ninhada que estavam prestes a estalar: “Cric, crac”, fez o primeiro ovo. “Cric, crac”, fizeram, uns após outros, todos os ovos da ninhada. As cascas partiram e cinco belos patinhos amarelos saíram cá para fora.

 “Como sois belos!”, disse a mãe.


Mas, faltava um ovo! Era maior e mais escuro do que os outros e continuava fechado. A mãe pata estava preocupada, mas finalmente, também aquele começou a estalar. “Pac!, fez a casca ao romper:

A mãe ficou muito espantada ao ver aquele filhote.

“Não é nada parecido com os irmãos!”, disse a pata.

“É tão grande, as penas são cinzentas e o bico é enorme!”, disseram em coro os patos da quinta.

“É horroroso!”, disseram os cinco patinhos.

“Paciência! Ficará mais bonito quando for grande!”, suspirou a mãe, e levou os patinhos ao lago para aprenderem a nadar.

Os dias passaram, mas para o patinho feio não eram dias felizes. Os irmãos davam-lhe bicadas, os gatos arranhavam-no e os meninos da quinta divertiam-se a assustá-lo.
Uma tarde, olhando para o céu, o patinho feio viu uns pássaros brancos maravilhosos que se preparavam para aterrar.
“Como são bonitos! Gostaria de voar com eles para longe daqui!”, pensou, e decidiu partir à procura de um lugar melhor para ficar.

O pato vagueou um pouco pelo Mundo, sozinho, triste, esfomeado. Um dia chegou a uma quinta onde viviam uma galinha e um gato.

“Vem”, disseram-lhe, “se quiseres podes ficar connosco”.

Todo contente, o patinho feio aceitou, mas a sua alegria não durou muito tempo.

“Sabes pôr ovos?”, perguntou a galinha.

“Não”, respondeu o pato.

“Sabes ronronar?”, perguntou o gato.

“Não”, respondeu de novo.

“Então vai-te embora, porque és tolo e não serves para nada!”.

“Triste e desconsolado, o patinho feio voltou a vaguear sozinho.
A certa altura pareceu-lhe ver qualquer coisa a brilhar por detrás das folhas de um arbusto…
Era um lago! Aproximou-se e ficou maravilhado!
Ali nadavam alegremente os mesmos pássaros brancos que um dia tinha visto no céu a voar.
O patinho não pôde resistir. Queria juntar-se a eles a todo o custo.

“Não me importo se me mandarem embora às bicadas”, pensou.

Mas ninguém lhe fez mal. Os belos pássaros foram ter com ele e receberam-no com alegria.
O patinho feio, muito tímido, baixou a cabeça e viu a sua imagem espelhada na água. Reparou então que já não era feio e desajeitado, mas que se tinha tornado num esplêndido pássaro branco, num belo cisne branco!
Foi o dia mais feliz da sua vida!